sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A Origem da Moeda (parte II)



A CUNHAGEM MANUAL
A técnica de cunhagem, a partir do séc. VII até o séc. V a.C. - em princípio - ficou inalterada. Um disco de metal aquecido até aproximadamente 800 °C, fixado na bigorna, foi submetido a duas impressões diferentes. A face do disco que recebeu a impressão principal (embutido na bigorna) chamava-se anverso. O cunho móvel bateu a face do reverso. As cunhagens dos séc. VII e V a.C. apresentavam uma marca típica no reverso -denominada "quadrado incuso". O valor extrínseco da moeda dependia da proporção de conteúdo ouro e prata. Por causa dessa incerteza em relação ao valor real da moeda de elektron, o rei
Croesus, último rei da Lídia (561-548 a.C.), estabeleceu a primeira cunhagem bimetálica, desenvolvendo uma cunhagem separada em ouro e prata. O abandono total do elektron demorou mais de um século, uma vez que algumas cidades na Ásia Menor, como Cyzicus e Mytilene mantiveram a moeda em elektron, até o fim do séc. V a.C. É provável que a criação da moeda foi idealizada para realizar os pagamentos oficiais do Estado. Um mercenário, no séc. VI a.C., ganhava por mês cerca de 1 stater (moeda de elektron, com peso aproximado de 14/16 gr.). O valor de equivalência da moeda cunhada em ouro e prata não correspondia às necessidades dos pequenos negócios da vida cotidiana. Para resolver esse impasse e proporcionar maior flexibilidade ao sistema monetário, no séc. V a.C., iniciaram-se as primeiras emissões de moedas em bronze. Até o fim do séc. VI a.C., a cunhagem de moedas difundiu-se pelas cidades gregas, ao longo de toda a costa do mediterrâneo, como um veículo de propagar a influência da Cultura Grega. As moedas passaram a promover, suas tradições, lendas, sua fauna, flora e, principalmente, seus deuses. De modo geral, a cunhagem de moeda significava a liberdade da cidade-estado, o que era o eixo principal do pensamento grego. Se levarmos em consideração que mais de 1.400 cidades emitiram as suas próprias moedas, e que um cunho "agüentava" até 40 mil marteladas, aí podemos entender a generosidade que o mundo grego ofereceu à Numismática.

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Postado por Fábio Amorim

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